Não acho honesto que o seleccionador Carlos Queirós reconheça a vitória dos espanhóis sobre a selecção portuguesa.
Porque os espanhóis nunca foram atrás da bola, que isso dava muito trabalho.
Em vez disso, só os vi a ir atrás foi das pernas dos adversários.
Que apesar de tudo, sempre correm menos do que a bola.
Eles apenas jogaram futebol enquanto detinham a posse da bola, fora isso jogaram futepernas.
Foi uma vitória do futepernas sobre o futebol, e quem perdeu, mais do que Portugal, foi o futebol.
O golo apenas surgiu, na altura em que os portugueses ficaram exaustos e deixaram de conseguir fazer o papel de palhaços. E mesmo assim o golo foi defendido, o nosso bravo Eduardo do Braga apenas deixou passar a recarga, por falta de comparência da nossa defesa.
Assim que conseguiam apoderar-se da bola, de tanto correr atrás dela, os espanhóis atiravam-se logo às pernas dos atrevidos, atingindo-as em menos tempo do que os olhos dos mesmos procuravam algum companheiro a quem pudessem transferir o precioso achado.
O árbitro nada via, porque era apenas o décimo segundo jogador, e não trabalhava nem ganhava para arbitrar futepernas, apenas arbitrava futebol.
Se por acaso a situação fosse a inversa, e o árbitro em vez de argentino fosse brasileiro, não estou a ver o seleccionador castelhano a felicitar a vitória lusa.